Não
há muito tempo, foi pedido a cientistas de várias disciplinas que
descrevessem a ideia que eles desejariam ver mais compreendida, em
sentido global. Esqueci todos os outros, tal o impacto reorganizador
do enunciado de Martin Rees, astrónomo da Coroa e professor de
Cosmologia e Astrofísica em Cambridge:
"Gostaria
de alargar a consciência das pessoas quanto ao tremendo período de
tempo que temos pela frente -- para o nosso planeta e para a própria
vida. A maior parte das pessoas instruídas tem consciência de que
somos o resultado de quase quatro biliões de anos da selecção de
Darwin, mas muitos têm tendência a pensar que somos de algum modo o
culminar da evolução. O nosso Sol, porém, ainda não chegou a
metade do seu período de vida. Não serão os humanos que verão a
morte do Sol, daqui a seis biliões de anos. As criaturas que
existirão nessa altura serão tão diferentes de nós como nós
somos das bactérias ou das amibas."
Julian
Barnes, Nada a Temer
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