"A arte é individualista e o individualismo incomoda. Desintegra. Nisso reside o seu enorme valor, dado que o que ela pretende incomodar é a monotonia do estereótipo, a escravatura da tradição, a tirania do hábito e a redução do homem ao nível da máquina. Na arte, o público aceita o que já foi feito, não porque o aprecie, mas porque já não pode modificá-lo. Se de um só trago, ingurgita os clássicos, nunca os saboreia. Suporta-os como sendo inevitáveis e, não podendo destruí-los, comenta-os. (...) A verdade é que o público de um país utiliza os seus clássicos como pedra de toque para controlar o progresso da arte. Obriga os clássicos a descerem à categoria de autoridades, que lhe servem de armas para impedir a beleza de se exprimir livremente sob novas formas."
Oscar Wilde, A Alma Humana
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