"O sol já não repousava sobre o manto de águas verdes. Deixou de lançar sobre o mundo os seus raios vacilantes, através das jóias liquefeitas, e expôs o rosto olhando directamente sobre as ondas. Estas caíam agora num som surdo e regular, semelhante ao bater dos cascos de cavalos correndo sobre a relva. Os seus salpicos erguiam-se como lanças arremessadas sobre a cabeça dos cavaleiros, enquanto as ondas de azul de aço, marchetadas de diamantes, varriam a praia. As ondas avançavam e depois recuavam, com a energia muscular de uma máquina que se contrai e dilata alternadamente."
Virginia Woolf, As Ondas
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